Chega ao final nessa sexta (14) a 1a temporada da sitcom CLUBE SPELUNCA, que, ao longo de 10 episódios, colocou como protagonistas e coadjuvantes personagens negros. Com produção assinada pela Giros Filmes, a série tem no papel principal Eddy Jr., como Digão, e a direção é assinada por Silvio Guindane. O elenco ainda conta com Antônio Pitanga,...
O estudo “Good Hair”: Revelando os vieses implícitos e explícitos contra os cabelos naturais de mulheres negras

O estudo "Good Hair", conduzido pelo Perception Institute, revelou que o cabelo natural de mulheres negras ainda enfrenta discriminação significativa. A pesquisa utilizou o primeiro Teste de Associação Implícita de Cabelo (Hair IAT) para medir o viés contra texturas naturais. Os resultados mostram que tanto mulheres brancas quanto negras demonstram vieses implícitos, preferindo cabelos lisos em ambientes profissionais e sociais. No entanto, mulheres negras da comunidade naturalista exibiram atitudes mais positivas em relação ao cabelo natural, destacando o impacto das redes de apoio na aceitação do cabelo afro. O estudo ressalta como esses vieses afetam a autoestima, as oportunidades profissionais e a saúde mental das mulheres negras, reforçando a necessidade de desmantelar padrões de beleza eurocêntricos para promover equidade.
Utilizando o primeiro Teste de Associação Implícita (IAT) para cabelo, a pesquisa examinou atitudes em torno de texturas naturais versus cabelos lisos, envolvendo 4.163 participantes, incluindo mulheres negras e brancas.
Os resultados mostram que há um viés explícito e implícito generalizado, no qual cabelos lisos são mais valorizados em termos de beleza, atratividade e profissionalismo, em comparação com cabelos texturizados. Mulheres brancas, em particular, tenderam a avaliar os cabelos lisos como mais "bonitos" e "profissionais", em detrimento de estilos como afro, dreads e twist-out, que são vistos como "menos profissionais". Esse viés é ainda mais acentuado em ambientes profissionais, onde mulheres negras se sentem pressionadas a alisar o cabelo para serem vistas como adequadas para o mercado de trabalho.
Trechos do estudo destacam essa realidade:
"Mulheres negras percebem um nível de estigma social contra cabelos texturizados, percepção esta que é corroborada pela desvalorização explícita de mulheres brancas em relação a esses estilos naturais."
"Enquanto o 'movimento do cabelo natural' está crescendo entre mulheres negras, o padrão de 'cabelo bom', geralmente associado ao cabelo liso e manejável, ainda tem um impacto considerável nas percepções e oportunidades dessas mulheres."
O estudo também revelou que mulheres negras da comunidade "naturalista", engajadas em plataformas online que celebram o cabelo natural, apresentaram atitudes mais positivas em relação a essas texturas. Cerca de um terço das mulheres negras naturalistas mostraram preferência por cabelos texturizados, enquanto as participantes negras que não se identificam com a comunidade naturalista demonstraram vieses tanto implícitos quanto explícitos a favor de cabelos lisos.
Outro dado relevante é a "ansiedade capilar" enfrentada pelas mulheres negras. Uma em cada três relataram que evitam atividades como exercícios físicos devido à preocupação com a manutenção do cabelo, comparado a uma em cada dez mulheres brancas.
O estudo conclui que, embora as percepções culturais estejam mudando gradualmente com o crescimento do movimento do cabelo natural, o viés implícito contra cabelos texturizados ainda é uma barreira significativa, influenciando desde oportunidades profissionais até a autoimagem de mulheres negras. Para combater isso, o estudo sugere que o envolvimento em comunidades de apoio que celebram a diversidade capilar pode ser uma maneira eficaz de reduzir esse viés e promover a aceitação do cabelo natural.
Esta pesquisa representa um passo essencial na compreensão dos impactos dos padrões de beleza raciais e da necessidade de desafiar normas que marginalizam a estética negra, promovendo mais representatividade e equidade.
Com 5 anos de trajetória, a empresa vem expandindo e ganhando mais projeção no mercado nacional
Quadro - Transições que inspiram, por Alana Vieira
A publicação será distribuída, gratuitamente, para 3 mil crianças de escolas públicas, e, também, para bibliotecas comunitárias e projetos sociais com atuação no Recife, Zona da Mata Norte e Sertão do São Francisco, em Pernambuco




